segunda-feira, 15 de junho de 2015

O porre


Durante o tempo seguinte
Nada mais se ouve na casa
Olho o relógio: uma e vinte
E ao pensamento dou asa

A água forte que alucina
Bebo agora em gole ardente
E o que penso me fascina
Tudo revolvo na mente

Da garrafa um quarto ou um quinto
Vou transpondo a madrugada
Dou-me conta que o que sinto
É a ébria alma extasiada

A memória já esmaecida
Fruto do homérico porre
Ouço o bardo inglês que acorre:
“Longo é o amor, breve é a vida.”

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